Paises

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

TEMPLO DE HATSHEPSUT E COLOSSOS DE MÊMNOM

 

Templo de Hatshepsut

Deixando o Vale dos Reis, seguimos para o Templo de Hatshepsut, construído em homenagem a Amon-Rá, deus do Sol. É considerado um dos incomparáveis monumentos do Antigo Egito. É considerado o monumento egípcio mais próximo da arquitetura clássica.

Hatshepsut (que significa “a mais importante das nobres damas) foi a segunda faraó feminina do Egito. Filha do rei Tutemés I, casou-se com seu meio-irmão, Tutemés II conforme era o costume na época. Com a morte de seu marido, seu filho deveria assumir o trono, porém este ainda era uma criança. Por isso, ela assumiu o trono como Regente e mais tarde decidiu assumir como Faraó e governar em seu direito. E mesmo com os sacerdotes contra, logo aceitaram. Em seu governo, ela promoveu uma política de expansão e comércio, aumentando a riqueza e prestígio do Egito.

Conta-se que sempre foi apaixonada pelo grande escultor e arquiteto Senmut, sendo sua amante desde os tempos de casada, e este tornou-se seu homem de maior confiança, ajudando-a a governar como uma verdadeira faraó. Após sua morte, houve uma tentativa de apagar sua história destruindo suas imagens e seus registros.

O templo impressiona pelo tamanho. Nosso guia Mohamed Lua nos apresentou o que seriam tocos petrificados de árvores logo na entrada. Depois de fazer uma bela apresentação do local, nos deixou para explorar. Realmente um local imenso e muito visitado.

Algo inusitado aconteceu: na área ao lado do Templo há muitas colunas. Fui fazer uma foto e sem ter qualquer noção de espaço, bati com meu cotovelo com toda a força em uma das colunas. Luxou e inchou um pouco na hora. Como a dor me incomodava muito, um senhor de um grupo de japoneses chegou perto e sem falar nada, aplicou uma pomada em gel no local. Confesso que ajudou e me surpreendeu essa atitude. Portanto, uma recomendação para sempre tratarmos bem outros grupos, pois uma ajuda inesperada surge de onde menos esperamos. Conexões internacionais...

Parte do grupo

Esculturas do Templo

Nas estátuas do
Templo

Local de adoração
de Hatshepsut

Local do túmulo de Senmut, seu arquiteto

Esfinge em frente ao Templo

Imagens enfileiradas

Hatshepsut

Nosso guia Mohamed Lua com outro grupo

Colossos de Mêmnon são duas estátuas gigantescas do faraó Amenófis III, situadas na necrópole da antiga cidade de Tebas. Estas duas estátuas eram entendidas como guardiãs do templo funerário do faraó, que tinha cerca de 385.000 metros. As estátuas representam Amenófis sentado no trono com as mãos pousadas sobre os joelhos. Em cada lado das suas pernas está a sua mãe, Mutemuia, e a sua esposa principal, a rainha Tié. As estátuas foram feitas em quartzito, possuindo cerca de dezoito metros, com um peso de 1300 toneladas.

Uma curiosidade foi que um sismo ocorrido em 27 a.C., abriu uma fenda no colosso norte. A partir de então todas as manhãs ocorria no local um fenómeno estranho segundo o qual a estátua "cantaria". O que realmente acontecia era que a acumulação de humidade durante a noite evaporava com o surgimento dos primeiros raios do sol, emitindo um som, que se assemelhava ao de uma cítara. No começo da era cristã os gregos visitaram o local e associaram a estátua norte ao herói Mêmnon, filho de Eos. De acordo com a lenda homérica, este herói, morto na guerra de Troia, recebeu a imortalidade de Zeus, dedicando-se a chamar pela sua mãe todas as manhãs. Em 199


d.C o imperador romano Septímio Severo mandou restaurar a estátua, que a partir de então parou de cantar.

Colossos de Mêmnom

A estátua mais
preservada

Os amigos

Um projeto ao lado das estátuas

Colossos de Mêmnom


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

VALE DOS REIS

 

Entrada para o Vale dos Reis

Na primeira noite a bordo do Sara, nosso guia Mohamed Lua apresentou ao grupo, a agenda para o dia seguinte. É importante saber que nem todos os pacotes turísticos vem com os passeios contratados. Devido a vários fatores que vão desde reajustes até questões climáticas, a opção da escolha dos passeios normalmente são tomadas na véspera de sua realização. As vezes é preciso também optar pelo que fazer.

No meu caso, as opções eram conhecer o Vale dos Reis ou voar de balão. Duas atrações no mesmo dia e horário. Mas como eu já tinha voado na Turquia, escolhi a primeira opção, mesmo porque, essa visita já estava nos meus planos.

Trata-se de uma região localizado a oeste do Rio Nilo constituído de dois vales: o Ocidental e o Oriental. No local foram construídas tumbas para os faraós e nobres do Reino Novo, entre os séculos XVI a.C. e XI a.C.

A região também era um lugar que ajudaria a preservar a história de cada um dos que fossem sepultados ali. Afinal, era um lugar escondido entre as montanhas e de difícil acesso para quem não conhecesse a topografia. As tumbas eram de difícil acesso, dados as suas profundidades. Assim, os mortos ficariam longe dos inimigos e saqueadores.

Sabe-se que o Vale dos Reis possui 63 tumbas, muitas delas decoradas, o que era uma tradição contar os feitos dos mortos e como seriam recebidos na outra vida. Elas também variam de tamanho. Inclusive, uma das tumbas ficou famosa por ser de Tutancâmon e ter sido encontrada com muitas relíquias. Todas elas são identificadas pelas letras KV (Kings Valley) ou WV (West Valley), acompanhado pelo número da ordem em que foi descoberta ou sua importância.

Identificação das Tumbas

Os ingressos, que já estavam nas mãos do guia Mohamed Lua, permitem acesso à 3 tumbas. Se desejar visitar outras, precisa pagar um valor adicional, desde que esteja aberto ao público. Eu visitei as tumbas de Ramsés XI (KV4), Ramsés IX (KV6) e Ramsés V e seu tio, Ramsés VI (KV9) e confesso que é uma sensação única poder está ali. Ainda mais vendo o grau de conservação é como se eu fosse jogado no meio da história.

Não fui em outras tumbas porque acredito que as visitadas já davam um panorama geral. Na entrada do Vale, há uma sala com uma maquete em 3D mostrando a dimensão do lugar e a profundidade delas. Por fim, com o dia bem ensolarado, paramos para beber água e tirar algumas fotos. Foi uma experiência enriquecedora. Mas Mohamed tinha mais surpresas para aquele dia que será contada na próxima postagem. 

Maquete do Vale dos Reis em 3D

Com nosso guia Mohamed Lua

A preservação é impressionante

Cada detalhe sobre a vida do morto é contada

E não são lugares pequenos
ou apertados

Algumas tumbas são
bem profundas

O grupo

Um sarcófago em pedra

Dia quente

Mais detalhes

Grandiosidade e
cuidado
Ingresso

Sobre o Vale dos Reis

No interior de uma das tumbas











quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

VIAJANDO PELO RIO NILO

A extensão do Rio Nilo

Não é de hoje que o Rio Nilo faz parte do imaginário das pessoas. O rio mais famoso do mundo já foi cenário de um dos mais famosos livros de Agatha Christie, “Morte no Nilo” que também virou filme. Há também o Old Cataract, hotel mencionado no livro e que fica às margens do rio.

Trata-se do maior rio do mundo em extensão, com 6.650 km. Existe uma grande discussão que coloca o Rio Amazonas como o maior do mundo, mas como há um debate sobre qual a nascente dele, não iremos entrar nesse mérito.


Famoso hotel do livro de Agatha Christie "Morte
no Nilo", Old Cataract

O Rio Nilo é formado pela confluência de três rios: o Nilo Branco, o Nilo Azul e o rio Atbara. Ele atravessa diversos países da África, incluindo Uganda, Quênia e Etiópia.

Acredita-se que ele era usado para carregar materiais e pedras para a construção de templos, imagens e das pirâmides. Heródoto dizia que o “Egito é a dádiva do Nilo”. Em seu delta, há importantes cidades como o Cairo e Alexandria.

A barragem mais famosa fica em Assuam, no sul do Egito. Essa barragem controla as cheias, produz energia elétrica, é responsável pela agricultura local e também pelas atividades de pesca.

No nível do Nilo

Apreciando cidades às suas margens

Surpresas do Nilo

Mas é o turismo que ajuda a movimentar a economia e navegar por ele foi emocionante. E não tem como fugir: para qualquer lado que queira ir, o Rio Nilo estará lá, esteja você em um navio ou numa pequena embarcação.

Eu aproveitei ao máximo. Além de apreciar a navegação por quatro dias observando as cidades, descendo nos embarcadores quando atracava ou passando pela “eclusa” (uma manobra mecânica que faz o navio alcançar águas mais elevadas), pude também colocar meus pés nas águas geladas do Rio Nilo (estava bem fria naquele momento). Foi o ápice, já que por ali também navegaram grandes faraós, Cleópatra, Júlio César e Marco Antônio. Ou seja, fui banhado pela História.


Iniciando a travessia

Eclusa


Amigos de viagem (Marcelo, Rogério e eu)

Mais paisagens

Nosso guia Mohamed Lua
contemplando a viagem pelo Nilo,
aqui com Marcelo

E aproveitando para fazer uma pose
junto com Rogério


Barqueiro local e muito atencioso

Com os pés no Rio Nilo
Contrastes das margens do Rio Nilo

Um dos momentos da Eclusa, onde o navio será
elevado para continuar sua navegação






sábado, 13 de janeiro de 2024

RIVER ANUKET A SARA

 

Entrada do Navio


Antes de escrever sobre o Rio Nilo, quero dedicar um post especial a embarcação pelo qual naveguei: o Princesa Sarah ou Sarah II. Confesso que estava preocupado com o balanço do Sarah no rio, já que não é difícil eu enjoar. Para minha surpresa, não sento absolutamente nada. Parecia que estava em terra firme.

Navegamos por 4 dias. As acomodações foram perfeitas. A propósito, são várias embarcações bem parecidas administradas por várias empresas. Todas fazem o mesmo roteiro: saem de Luxor até Assuan.

Bar do Navio

Academia


Normalmente tem 5 pavimentos. Há um amplo refeitório e ao lado, uma sala de massagem. Os quartos ficam nos pisos superiores: um andar onde fica a recepção e outro acima onde há uma loja de conveniências para comprar suas lembranças, peças de roupas ou mesmo joias. Mas acima há uma sala de reuniões com um piano onde são realizados shows temáticos. E no andar superior e mais alto, uma piscina e um bar.

O atendimento dos funcionários é primoroso. No refeitório, além da abundância no cardápio, eles ainda comemoram eventos como um noivado, com muita música e dança envolvendo todos ali. No dia temático, você viverá a experiência de uma noite egípcia com um rico cardápio árabe.

Janelas para o Nilo

Recepção

Noite Temática

Salão de Reunião

Outro ângulo

Área da piscina


A arrumação nos quartos é sem falhas. Além de colocarem tudo em ordem, ainda deixam uma surpresa montada sobre a cama feita com as toalhas. Todos os dias era uma diferente.

São também muito organizados. Com tantos grupos, tudo poderia sair facilmente do controle, mas não é o que acontece. E quando todas as embarcações se agrupam nos chamados “embarcadores”. Como estão alinhados em até filas, os passageiros das embarcações mais distantes precisam passar por dentro dos mais próximos para desembarcarem. Mas tudo muito organizado. Os guias são grandes colaboradores, pois sabendo como tudo funciona, eles ajudam mantendo a ordem em seus grupos.

Um elefante

Crocodilo

Diversas embarcações em grupo

Parte do grupo com nosso excelente guia
Mohamed Lua (no centro)


E claro, às tardes de sol ou o festival de vendedores que atiram suas mercadorias bem alto no navio são um espetáculo à parte. Então sim, conhecer o Rio Nilo navegando no Sarah foi uma excelente experiência recomendado a todos.